Fonoaudiologia, saúde, atualidades...

A velhice não é um período caracterizado só por perdas e limitações: sendo possível manter e até aprimorar as funções cognitivas, físicas e afetivas, a despeito do aumento da probabilidade de doenças e limitações.

Um dos desafios que as ciências atualmente enfrentam é o de perceber os limites e as potencialidades para o desenvolvimento na velhice, assim como as condições que aceleram, retardam ou compensam os resultados das mudanças ocorridas como conseqüência do envelhecimento.

A Fonoaudiologia no Brasil vem pesquisando a linguagem do indivíduo idoso nos casos de afasias e das demências senis, e também são realizados estudos para compreender e minimizar as conseqüências da presbiacusia (perda auditiva decorrente do envelhecimento) e da presbifonia (alteração da voz) na comunicação.

Quanto ao fonoaudiólogo, este contribuirá no tratamento das alterações de linguagem sobre os déficits cognitivos e lingüísticos, sobre as desordens da fala quanto à forma e função dos órgãos fonoarticulatórios e sobre os distúrbios do sistema estomatognático (sucção, mastigação e deglutição), resgatando a qualidade física, comunicativa e social do indivíduo.

Cabe aos profissionais que lidam com o envelhecimento orientar os idosos quanto aos aspectos relativos a uma vida qualitativamente melhor: adoção de uma alimentação equilibrada, manutenção de hábitos saudáveis, combate ao sedentarismo, práticas voltadas à prevenção de doenças, manutenção das relações afetivas e sociais e das atividades que favoreçam as interações e o uso da comunicação.

Para falar e ouvir melhor procure sempre um fonoaudiólogo!

domingo, 13 de junho de 2010

A deglutição

Vamos entender um pouco como é a deglutição:

Deglutição é o ato de engolir alimentos que começa na vida fetal. É uma ação automática. Ela serve para transportar o bolo alimentar até o estômago e realizar a limpeza do trato respiratório. Por meio da deglutição, o bolo alimentar que estava na boca chega ao estômago, passando pela laringe e esôfago. Na entrada da laringe há uma válvula de cartilagem, chamada epiglote, e sua função é de controlar a passagem do bolo alimentar para o esôfago e evitar que o alimento entre no sistema respiratório. Durante a passagem do bolo alimentar, a epiglote se abaixa, fechando a entrada da laringe. Quando respiramos, a epiglote permite que o ar entre na traquéia. Se o alimento entrar na laringe, ocorre o engasgo.



Disfagia - procedimentos fonoterapêuticos

Higiene oral:
- Retirada de restos alimentares e outros resíduos como secreções ou excesso de saliva instalados na cavidade bucal;
Objetivo: propriocepção oral, melhorar o gosto, a temperatura, o tato.
Diminuir rsico de proliferação de bactérias.
Procedimento ensinado ao cuidador ou realizado pelo próprio idoso, se o mesmo apresentar condições para efetuação de tal procedimento.

Postura:
Faz necessário o uso de manobras posturais com o objetivo de adequar o padrão de deglutição. O posicionamento do paciente durante a alimentação é um dos principais cuidados tomados, a fim de evitar a ocorrência de aspiração pulmonar.

Técnicas diretas:
Modificações nas características da dieta: consistência, textura e volume; posicionamento da dieta na cavidade oral; controle do bolo alimentar; manobras posturais de cabeça.
Consistência: começar com o que for mais fácil para o paciente e ir aumentando a dificuldade a medida em que a terapia evolui;
Volume: deve ser de acordo com as possibilidades do paciente. Os volumes muito pequenos são utilizados mais para a estimulação gustativa. Volumes maiores como de 3 a 5ml fornecem mais pistas para o paciente, sendo mais funcional.
Postura corporal: sempre que possível 90 graus.

Orientações:
-Estar acordado, alerta e bem disposto enquanto come;
-Alimentar-se sentado (se não for possível, elevar a cabeceira da cama)
-Quem oferece o alimento deve se posicionar na mesma altura do paciente;
-Usar ordem varbal ("engula", "coma devagar", "mastigue bem");
-Utilizar colhar pequena e comer pequenas quantidades de comida para evitar engasgos;
-Alimentar-se em lugar tranquilo e iluminado;
-Retirar fatores distrativos (TV, rádio);
-Comer uma colherada de cada vez;
-Mastigar bem e devagar;
-Sentir bem o gosto dos alimentos;
-Garantir que engoliu tudo antes da próxima colherada;
-Variar sabor e temperatura;
-Realizar higienização oral após a refeição;
-Não se deitar logo após a refeição, para garantir o esvaziamento completo do conteúdo alimentar do esôfago. 

domingo, 23 de maio de 2010

Quando procurar um fonoaudiólogo?



  • Alterações na mastigação, na mudança da consistência alimentar, na deglutição alterada, diminuição da sensibilidade oral, diminuição da produção de saliva, declínio da sensação gustativa e do olfato com diminuição da sensação do prazer em comer, desordens nutricionais, má higiene oral, voz molhada durante a refeição ou refluxo alimentar nasal, grande acúmulo de saliva na boca, dores ao engolir, febres constantes, lesões na mucosa, alterações na inteligibilidade da fala, insatisfação estética orofacial.
  • Alteração na capacidade de comunicação: 
  1. cansaço à produção da voz, esforço, dor e/ou sensação de ardor à produção vocal, dor muscular na região cintura escapular, sensação de corpo estranho na laringe, tremor vocal, estridor inalatório, hipernasalidade, disartrias e as apraxias.
  2. diminuição da sensibilidade auditiva acompanhada ou não de zumbido, isolamento social, incapacidade auditiva (igreja, rádio e tv), intolerância a sons, dificuldade de participar de conversação ou falar ao telefone.
  3. dificuldades da linguagem, dificuldades de memória persistentes, dificuldades em nomear objetos, em interpretar uma história.

O que é disfagia?


A disfagia é uma alteração na deglutição, ou seja, no ato de engolir alimentos ou saliva. Pode ocorrer em diferentes fases da vida, especialmente em idosos, podendo trazer sérias consequências à saúde.
Na disfagia ocorre um desvio do alimento ou da saliva, obstruindo parcialmente ou completamente as vias respiratórias. Esse  desvio pode ser facilitado também pelo envelhecimento natural das estruturas envolvidas na deglutição (lábios, língua, bochechas, etc.)

Além do envelhecimento das estruturas, o acidente vascular encefálico (derrame), o traumatismo craniano, as doenças neurológicas (como Parkinson e Alzheimer), as distrofias musculares e o câncer de cabeça e pescoço podem causar a disfagia.

Pode ainda surgir devido a próteses dentárias mal adaptadas, refluxo gastroesofágico grave e após longos períodos de entubação. É  necessário o entendimento de que a disfagia, além de provocar problemas emocionais e o isolamento social, causa problemas sérios, como desidratação, desnutrição e pneumonia, além do risco de morte por asfixia.O envelhecimento não ocorre igualmente em todo ser humano. Alguns apresentam maiores dificuldades neste processo. Contudo, com o avançar da idade, todos necessitam de atenção e cuidados específicos para que isso ocorra de forma saudável.

Envelhecer não é adoecer. É fundamental oferecer orientações aos idosos, às suas famílias e à sociedade como um todo sobre os cuidados que esta fase da vida requer. Todos precisam aprender a envelhecer com saúde, com qualidade de vida. Buscando essa qualidade, a alimentação é um ponto a ser acompanhado de perto.

Mais do que uma necessidade, alimentar-se é também um ato de socialização, que une pessoas, da amamentação aos jantares de negócios ou às reuniões em família, isso sem falar na satisfação do prazer de comer.

São sensações que não precisam ficar apenas na lembrança do idoso. Com algumas dicas, é  possível continuar a alimentação de forma adequada, reconhecer alterações neste processo e procurar o tratamento adequado.

O que fazer ao perceber sintomas de Disfagia?
As alterações da deglutição devem ser diagnosticadas e tratadas conjuntamente por médicos, enfermeiros, nutricionistas e, fundamentalmente, fonoaudiólogos, que são os profissionais aptos ao trabalho específico da função.
Atenção: a disfagia não é uma doença por si só, mas um sintoma de que alguma alteração pode estar ocorrendo, sendo imprescindíveis a orientação e o tratamento adequados.
Orientação:
Durante a alimentação:
  • Mantenha a postura ereta e confortável, nunca coma deitado.
  • Coma sem pressa.
  • Mantenha a prótese dentária bem adaptada.
  • Caso necessário, coma alimentos mais pastosos e tome líquidos mais grossos, pois o engasgo com alimento líquido é o mais frequente.
A atenção e o auxílio às pessoas com dificuldades de engolir são muito importante para diminuir as complicações provocadas  pela disfagia.


sábado, 22 de maio de 2010

Problemas ao engolir?

O que pode originar uma alteração ao engolir?

Paralisia cerebral, Traumatismo crânio encefálico, Acidente vascular encefálico, câncer de laringe, tumor cerebral, síndromes, AIDS, Esclerose lateral amiotrófica, Esclerose Múltipla, infecções congênitas, demência, Alzheimer, parkinson, distrofias neuromusculares, quadros psiquiatricos, a própria idade, etc.
Na disfagia, o mecanismo de deglutição é alterado podendo causar no indivíduo tosses, engasgos, dor, resíduos de alimentos na boca após o engolir, alimentação muito lenta, broncoaspiração do alimento, pneumonias de repetição, picos de febre, perda de peso, recusa do alimento, preferência por alimentos macios ou pastosos, desnutrição, desidratação e necessidade de uso de dieta via enteral. Em alguns casos a disfagia pode ser transitória, por exemplo, em uma situação de próteses dentárias mal adaptadas ou em fase de recuperação pós-cirúrgica.

A reabilitação fonoaudiológica no idoso:
A orientação fonoaudiológica compreende mudanças no posicionamento do paciente, mudanças de volume, sabor, consistência e temperatura do bolo alimentar, realização de exercícios de mobilidade, de tonicidade e de sensibilidade oral, manobras posturais ou compensatórias. A higiene oral dos pacientes com disfagia também precisa ser cuidadosamente orientada, mesmo quando não estiver sendo oferecida dieta oral.

Adieta oral é introduzida dependendo do estado clínico do paciente idoso e da eficiência para o transporte do bolo. Deve ser acompanhada pelo fonoaudiólogo, que seguramente conhece os sinais aspiratórios, podendo utilizar recursos que permitam ao paciente idoso deglutir com segurança.

O uso de sondas, como via alternativa para alimentação, será recomendado sempre que houver importante limitação para o transporte do bolo alimentar e quando houver risco de aspiração, decorrente da falta de segurança nesse transporte, causando infecções respiratórias. Seu uso deve acontecer por um período limitado (Granville e Musson15, 1999). A gastrostomia endoscópica é indicada quando o grau de severidade funcional for importante e quando se observar que o prognóstico do paciente sugere uma doença de maior duração. A vantagem da gastrostomia endoscópica é a retirada da sonda da narina do paciente, reduzindo as complicações respiratórias, a incidência de refluxo gastroesofágico e o trauma de faringe.



A dieta